Uma relação profunda se constrói na admiração recíproca de um casal. A crítica mútua funciona como ácido corrosivo e destruidor que afasta e separa, lenta ou rapidamente, matando não só o amor erótico mas também o respeito e a conexão de casal.
Admirar o outro requer enxergar aquilo que é distinto de si mesmo e o que está cheio em quem se ama. Quando admiramos no outro apenas a atenção ou execução das nossas vontades não estamos verdadeiramente vendo e admirando aquela pessoa e sim amando a nós mesmos e as nossas faltas projetados no outro em espelho.
O amor requer individualização e respeito à singularidade de cada um e do casal, que se complementam na alegria da troca, da partilha e da comunhão a dois.
Assim, na admiração que sustenta o amor, o casal constrói juntos algo maior que cada um isoladamente, mantido continuamente no esforço de valorizar o que está cheio no outro e no exercício de fazer o que é necessário para continuarem se alegrando e somando um com o outro cada dia mais.