O ressentimento é o resultado da somatória do vitimismo com o desejo de vingança.
Aquele que cultiva o rancor não assume a sua responsabilidade naquilo que viveu ou vive, mantendo-se na postura infantil de cobrar do outro o papel de cuidador, protetor ou salvador dele. Com isto só consegue ferir continuamente a si mesmo, re-sentindo o ato agressor, vivendo o gozo perverso da autopunição decorrente da culpa inconsciente de não assumir a responsabilidade pela própria vida.
A reconciliação é o movimento libertador que aporta paz.
Ela começa quando cada um assume a parte que lhe cabe nas circunstâncias da vida e confere ao outro, respeitosamente, o direito de ser humano, comum e imperfeito tal qual si mesmo, desobrigando-o da expectativa e da cobrança de ser aquilo que a sua idealização projetou.
Assim, ficam ambos liberados para verem e serem vistos como verdadeiramente são e estabelecerem laços saudáveis de trocas e partilhas sustentados na compaixão e na amorosidade.